Edifício do Poder Local recebe apresentação de "Feijó, Meu Lindo Feijó"

Edifício do Poder Local recebe apresentação de "Feijó, Meu Lindo Feijó"

Decorreu, no Auditório do Edifício do Poder Local, a apresentação do livro Feijó, Meu Lindo Feijó de Ana Durão Machado, onde se retrata a identidade de um grupo coral alentejano no concelho de Almada.

Luís Filipe Maçarico, poeta e antropólogo, apresentou com a beleza das suas palavras a obra de Ana Durão Machado, que partiu de uma tese de mestrado orientada pelo Professor Pedro Prista, que também esteve presente, assim como a Professora Salwa Castelo-Branco.

A apresentação contou com a presença do Presidente Luís Palma, da Vogal da Cultura e Comunicação, Élia Verdasca, e Cátia Gaudêncio, Vogal da Educação e Juventude.

Sobre o livro fica aqui a sinopse:

Ouvir o cante no Feijó, sentido e dolente, vestido com uma roupagem antiga, fez-me refletir como era possível reunir num grupo coral alentejano homens vindos de tantos lados diferentes, com aquela identidade tão vincada. Como conseguiam cantar em conjunto daquela maneira, quando possuíam individualmente diferentes tradições de cante e de sotaques, conforme as suas proveniências? E aos poucos nasceu em mim uma vontade irresistível de largar todas as ideias que me levavam a querer estudar o cante no Alentejo e desbravar aquele terreno antropológico em Almada, que me parecia tão promissor, ainda tão pouco explorado e estudado.

Estudo antropológico realizado entre 1999 e 2000, junto do Grupo Coral Etnográfico Amigos do Alentejo do Feijó, no concelho de Almada, no âmbito de uma dissertação de tese do Mestrado em Antropologia, Património e Identidades, do ISCTE. Neste trabalho de investigação analisa-se o modo como um grupo coral alentejano constrói e projeta a sua identidade através do cante, conjugando entre si elementos provenientes de diversas terras do Alentejo, com diferentes modos de cantar.

Esta construção identitária é algo que se vai reconfigurando e adaptando, traduzindo-se numa harmonização não só vocal, mas também na unidade que o grupo foi ganhando ao longo da sua existência. Neste sentido, o cante alentejano no Feijó, mais do que um mote de referência, mais do que um hino identitário, é também um itinerário que percorre a história e a vida social de muitos migrantes alentejanos, sediados na Margem Sul do Tejo, projetando através dele o mito do eterno retorno às suas origens e às suas raízes.